Playtrevor noah – Play http://play.blogfolha.uol.com.br a cultura que habita o meio digital Sat, 12 Mar 2016 16:06:32 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Sim, dá para lamentar os ataques a Paris e fazer piada ao mesmo tempo http://play.blogfolha.uol.com.br/2015/11/17/sim-da-para-lamentar-os-ataques-a-paris-e-fazer-piada-ao-mesmo-tempo/ http://play.blogfolha.uol.com.br/2015/11/17/sim-da-para-lamentar-os-ataques-a-paris-e-fazer-piada-ao-mesmo-tempo/#respond Tue, 17 Nov 2015 19:02:36 +0000 http://f.i.uol.com.br/folha/colunas/images/15308311.jpeg http://play.blogfolha.uol.com.br/?p=62 Stephen Colbert em programa exibido na segunda (16) - Reprodução
Stephen Colbert em programa exibido na segunda (16) – Reprodução

Em meio à dor, ao espanto e às análises que tentam explicar os ataques cometidos em Paris pelo Estado Islâmico, algumas vozes se destacam ao abordar esses acontecimentos com uma certa racionalidade que falta a muitos comentaristas políticos. Estou falando de vários comediantes da TV norte-americana.

Tudo bem que Stephen Colbert, John Oliver e Trevor Noah deixaram de ser apenas comediantes quando assumiram o comando de seus programas, mas eles ainda usam o humor como um material essencial do trabalho.

Na sexta-feira, quando ocorreram os ataques, a maioria dos talk shows dos EUA exibe episódios gravados, por isso deixaram para tratar do assunto na noite de segunda.

O cara que me parece que mais acertou foi Stephen Colbert, que há não muito tempo substituiu David Letterman no “Late Show” que é exibido pela rede CBS. Colbert abriu o programa falando de Paris.

Colbert se solidaria com as vítimas dos atentados e com a população francesa. Brinca com o fato de várias pessoas terem tentado mostrar solidariedade ao assistir a filmes como “Ratatouille” (“Isso é errado? Não. ‘Ratatouille’ é um filme francês? Não. É uma forma de expressão válida? Absoluytamente sim.”) E ainda chama os terroristas do EI de “pussies” (covardes).

Depois, em outro segmento do programa, Colbert recebe o também comediante e apresentados Bill Maher. A diferença entre a sensibilidade de Colbert e a truculência argumentativa de Maher é imensa. (Maher ficou conhecido por afirmar que o Islã é uma religião que tem um viés violento: 1) “As pessoas dizem que o Estado Islâmico sequestrou o Islã. Na verdade, o oposto é que é a verdade”; 2) “O Islã vai te matar se você disser a coisa errada, desenhar a pintura errada ou escrever o livro errado”.)

Nesta segunda, Colbert, que é católico, brinca com o fato de Maher ter virado ateu depois de ter sido criado como católico – “Volte para nós, as portas estão abertas”. Maher diz que Colbert baseia argumentos em mitos criados na Era do Bronze. Colbert responde: Minha religião me ensina a ser humilde.

No canal a cabo Comedy Central, o sul-africano Trevor Noah, que substituiu neste ano o ótimo Jon Stewart, abriu seu programa com um monólogo tocante e com piadas certeiras. Disse que esses ataques terroristas, “sejam em Paris, Beirute ou Quênia, parecem menos com ataques a grupos específicos e mais com ataques à humanidade”.

E brinca com o fato de os franceses terem criado tantas iniciativas para ajudar os feridos: “Arruinaram com o nosso estereótipo de que os franceses são frios e antipáticos. Agora vamos fazer piada com quem? Com os finlandeses?”. Dá para assistir aqui.

Por fim, o inglês John Oliver, apresentador do “Last Week Tonight”, da HBO, aproveitou que a emissora não censura palavrão e mandou vários “fuck you” para o Estado Islâmico.

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